No Carro Online você já conferiu o comparativo envolvendo Chevrolet Captiva Ecotec e Honda CR-V LX, modelos que protagonizaram uma disputa para conhecer qual é a melhor opção entre as versões com motor de 4 cilindros dos crossovers. Agora, o embate será diferente e a convocada da vez é a versão top de linha do Chevrolet, que traz motor V6 de 261 cv e tração integral. O motivo é a chegada do Volkswagen Tiguan, que também conta com uma generosa lista de equipamentos, tração nas quatro rodas e um propulsor moderno para dividir o coração de quem está pensando em adquirir o Captiva.
Não é muita coisa, mas um empecilho para o lado do VW é o preço. Enquanto o Captiva custa R$ 105 758, o Tiguan não sai por menos de R$ 124 190. Essa diferença pode ser creditada à procedência dos dois modelos, já que o Chevrolet, fabricado no México, é beneficiado com o acordo de isenção de impostos mantido entre o país norte-americano e o Brasil. O Volkswagen, por sua vez, vem de Wolfsburg, cidade-sede da marca alemã, e sofre com a cotação elevada do euro em relação ao real.
Tendo em vista a diferença de R$ 18 432 entre eles, vamos analisar o que cada um oferece, começando pelo Captiva, há mais tempo no nosso mercado. Além do moderno bloco 3.6 V6 feito de alumínio, ele traz de série seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina), controles de estabilidade (ESP) e tração (TCS), freios ABS, sistema Isofix de fixação de cadeiras para crianças, rodas de alumínio cromadas aro 17”, ar-condicionado automático, CD player compatível com MP3 e controles no volante, 6 alto-falantes, computador de bordo, acabamento interno de couro e um interessante dispositivo no controle remoto para abertura das portas que permite dar partida no veículo e acionar o ar-condicionado.
Desafiante à altura, o Tiguan fica devendo o “Remote Start System”, como é chamado o último item apresentado na lista do Captiva, mas, em contrapartida, conta com ar-condicionado de duas zonas, sistema de som mais refinado com 8 alto-falantes e entrada para fonte de áudio externa além do banco traseiro corrediço com ajuste longitudinal. A lista de opcionais do Tiguan é bem mais extensa e oferece como opções ao cliente o teto solar (não disponível no Captiva) panorâmico Skyview, rodas aro 18”, borboletas para troca de marcha no volante, faróis de xenônio direcionais com lavador e o modo off-road para a tração integral. Revestimento interno de couro no Tiguan, só como opcional.
Desempenho e consumo: embate de tecnologias
Ambos têm câmbio automático sequencial de 6 marchas e tração integral, mas é na “alma” que reside a principal diferença entre Tiguan e Captiva. Enquanto o segundo, para oferecer desempenho à altura do sobrenome Sport que ostenta, apela para o uso de 6 cilindros dispostos em V e chega a 261 cv com essa configuração, o primeiro extrai os 200 cv declarados pela fabricante do motor 2.0 de 4 cilindros com a ajuda da tecnologia, no caso, injeção direta de combustível e turbocompressor.
Apesar dessa diferença dos propulsores, os dois andaram bem juntos quando levados à pista de testes de Limeira, no interior de São Paulo. O Captiva acelerou de 0 a 100 km/h em 8s5, enquanto o Tiguan precisou de 8s9. Se ampliarmos essa faixa e verificarmos a aceleração da imobilidade aos 120 km/h, ambos precisaram de 12s1. Na retomada, o cenário foi semelhante. Enquanto o Chevrolet precisa de 8s1 para realizar a retomada de 60 km/h a 120 km/h, o Volkswagen realizou a prova em 8s8.
Porém, o jogo se inverte na hora de medirmos o consumo. Para ter uma idéia, o Captiva atingiu em ciclo urbano a marca de 3,6 km/l em nossas medições. Algo tão assustador que podemos quase ver o marcador do nível de combustível baixar enquanto dirigimos o crossover. No mesmo percurso, o Tiguan contra-ataca com consumo na casa dos 6,9 km/l. Na estrada, o Captiva conseguiu percorrer 6,8 km com um litro de gasolina, enquanto o Tiguan andou 11 km. O Volkswagen, portanto, mostrou que conta com um conjunto mais eficiente que o oferecido no rival.
Outro lado interessante do Tiguan é a dirigibilidade. Quem senta no banco dianteiro esquerdo e cai na estrada com o Volkswagen chega a esquecer que se trata de um utilitário esportivo. Graças à tração integral e à rigidez de sua carroceria, ele enfrenta vias sinuosas com destreza e estimula você a acelerar mais tamanha é a confiança que inspira. No mesmo caminho com o Captiva, a coisa muda de figura. Apesar de agarrar bem ao solo, mérito da força distribuída entre as quatro rodas, o conjunto de suspensão permite que a carroceria do Chevrolet oscile demais em manobras rápidas, como uma mudança brusca de faixa, por exemplo.
É claro que se deve levar em conta as proporções maiores do Captiva em relação ao Tiguan. Só de comprimento, o Chevrolet tem 4,57 m, enquanto o concorrente possui 4,42 m. Apesar da distância entre-eixos do VW ser 10 cm menor (2,60 m ante 2,70), ele oferece um espaço interno razoável e próximo do Captiva segundo nossas medições, mas quem conhecer os dois modelos vai reparar de cara que o porta-malas do Tiguan foi sacrificado em prol do conforto no habitáculo. Basta notar sua capacidade, de apenas 360 litros. É pouco quando comparado aos excelentes 821 litros do Captiva.
Captiva e Tiguan são automóveis oriundos de projetos modernos, mas se a diferença em reais não é um empecilho para você e o porta-malas no seu carro só será usado de vez em quando, o Tiguan se mostra a melhor escolha. Bem construído e com o que há de mais moderno no que diz respeito à tecnologia de motores, o SUV da Volkswagen provou que tem bala na agulha para, se não roubar, pelo menos conquistar seu espaço no ranking de vendas. Se ele fosse mais barato..
(fonte carro online)
Eu ainda aposto na Captiva.... na minha opinião.